domingo, 21 de julho de 2013

Meu namorado é um zumbi

Zumbi limpinho para ter sex appeal
Não é segredo algum minha predileção por filmes e livros de zumbis. Realmente é um dos meus gêneros prediletos. Vi e li muita coisa boa; e muita porcaria também. Para citar algo muito trash, sempre lembro de uma cena de City of the living dead onde um morto-vivo luta e mata um tubarão debaixo d'água. Ou então a versão cinematográfica de Dylan Dog (as HQs são ótimas). Já para convencer alguém que o gênero é massa, não tem como escapar de Shaun of the dead, a primeira parte da Trilogia do Cornetto, e o arrasa-quarteirão The walking dead.

Depois de sei lá quanto tempo armazenado no HD do computador, criei coragem para assistir o que muita gente chamou de "Crepúsculo para zumbis": Meu namorado é um zumbi. Adaptado do livro Warm bodies, ele subverte várias das máximas dos filmes de mortos-vivos. Para atingir um público maior e conseguir passar um sex appeal que as fitas nunca possuíram, os comedores de carne humana foram limpados a ponto de não parecerem alguém que apodrece aos poucos. Tudo para não assustar as platéias que acompanharam com tanta paixão a saga do vampiro vegetariano e a donzela virgem.

O que mais irrita em Meu namorado é um zumbi é a constante tentativa de fazer os zumbis não parecerem... zumbis! Em vários momentos da fita, em especial da metade para o final, você realmente esquece que está vendo um filme sobre mortos-vivos, já que eles não aparecem. E quando aparecem, falam, possuem sentimentos e até lutam. Os esqueletos, colocados como vilões, são quase alienígenas, com força e velocidade que fariam inveja a Extermínio 2.   

Além de limpar os zumbis, sem membros caindo ou as entranhas aparecendo, o filme mostra eles falando, fazendo coisas de pessoas quase normais, como colocando um disco para tocar ou dirigindo um carro. A história central é mais estúpida ainda. Partindo da premissa que o amor supera e conquista tudo (SPOILER), os mortos vivos se recuperam a partir do relacionamento dos dois personagens principais, Julie (Teresa Palmer) e R (Nicholas Hoult). Veja bem, a temática do amor entre um zumbi e uma pessoa viva não é nova, já foi explorada em Boy eats girl, por exemplo.

Durante a primeira metade do filme o que eu mais pensava o estrago que Meu namorado é um zumbi faria ao gênero. Depois de todas as obras-primas feitas por George Romero, muita porcaria saiu na praça, especialmente vindas da Itália (isso é para você, Jess Franco). Mesmo assim, os filmes mantiveram uma certa linha até ressurgirem com a série Resident evil e o espetacular Extermínio. Muita gente não considera os dois como de mortos-vivos por estarem contaminados por vírus, mas ajudaram a retomar o interesse por esse tipo de fita.

Muito por causa dos dois que foi possível o sucesso de The walking dead tanto como HQ quanto série de televisão e Zumbilândia foi bem nas bilheterias. Também por isso livros como Guerra mundial Z e Orgulho, preconceito e zumbis viraram realidade, assim como a adaptação cinematográfica blockbuster do livro de Max Brooks. Depois de lembrar disso, vi que a bilheteria total de Meu namorado é um zumbi foi menor, por exemplo, do que Zumbilândia.

Fiquei tranquilo. Mesmo assim, chego a conclusão que tal como Armadinho faz mal ao reggae, o filme é ruim para o gênero. Mas, pelo menos, não virou uma tendência como vampiros vegetarianos que andam no sol.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

I walk the line, Mr. Cash

A terça-feira passou tão rápido pelo dia movimentado e longo no Congresso que esqueci completamente de registrar isso. Em 26 de fevereiro de 1932 nasceu John R. Cash. Se estivesse vivo, teria completado ontem 81 anos. Durão, brigão, viciado em pílulas, gênio, o cara. Viveu a boa vida, lutou o bom combate um bocado de vezes. Esteve no chão e nas alturas. Experimentou um renascimento que poucos acreditavam.

Teve boa parte de sua vida pautada por um amor que demorou a chegar. Mesmo casado e com filhos, nunca deixou de correr atrás de quem se apaixonou à primeira vista. Já separado, quase no fundo do poço, conseguiu. Casou, teve mais filhos... Virou uma espécie de ídolo para uma nova geração nos anos 1990. Mas, quatro meses depois de sua mulher, June Carter, morrer, ele também se foi. São quase dez anos sem a dupla. :(

Uma das minhas passagens prediletas da autobiografia de Johnny Cash (escrita por Johnny Cash, como diria Rob Gordon) é a seguinte:

I got elected to the Country Music Hall of Fame and the Rock'n'n Roll Hall of fame. I got addicted to pain pills, got treated at the Betty Ford Clinic, recovered, got addicted again, and recovered again. (...) I'm thankful that I have a good wife beside me, that I can trust her and depend on her in a lot of ways. I'm thankful she's a soulmate, that we can talk to each other without even speaking and have an understanding on a lot of things. I'm thankful she loves my children. I'm thankful I don't have rambling in my mind, that I'm not thinking about other women, so long as I keep my heart and mind together.

Aqui, talvez a música que o fez ser conhecido por toda uma nova geração. A mesma geração que foi comprar seus discos da fase American, que foi atrás dos LPs ao vivo em Folsom e San Quentin, as gravações para Sum Records, que se emocionou com Johnny and June, que usou suas letras como inspiração para camisetas e tatuagens...



sábado, 25 de agosto de 2012

Atualizando as séries

Esses dias um camarada me perguntou quantas séries eu assistia. Para falar a verdade, eu não lembrava do número exato. Chutei que eram 25. Claro que nem todas rolam ao mesmo tempo. Agora mesmo são poucas que estão sendo transmitidas nos EUA. A grande maioria só começa entre setembro e outubro. Então dá para conciliar com o resto da vida - trabalho, filmes, livros, discos, Avaí, festinhas. Tempo há, é preciso planejamento.

De qualquer maneira, o chute no número era mais pelo fato de algumas séries que eu assistia terem sido canceladas quando fiz a lista pela primeira vez, no começo do ano. Umas por desempenho insatisfatório na audiência, como Alcatraz e Unforgettable, outras por decisão dos próprios produtores, como House e The closer. Aí, ao fazer as contas, fiquei surpreso ao ver que a lista aumentou! Mesmo com os cancelamentos, o número de séries passou de 27 para 29. Enquanto cinco saíram do ar, comecei a assistir outras sete, como Suburgatory (foto). Eita...

Vamos à lista:

Baixando
Alcatraz 
Anger management
Body of proof
The closer
Dexter
Hell on wheels
Homeland
House of lies
The killing 
Major crimes
The middle 
Modern family
New girl
The newsroom
The office
Pan Am
Parks and recreation
Person of interest
Perception
Rizzoli & Isles
Suburgatory
Two and a half men

Unforgettable
True blood
 
The walking dead

Comprando os DVDs:
Bones
Boardwalk empire
Breaking bad
Californication
House
Mad men
The Big Bang theory
30 rock
Weeds

sábado, 31 de março de 2012

Sequências

Fazia tempo que eu não posta umas sequências aqui. Todas estavam indo para o blog da Pulp. Mas, como desta vez foram presenças isoladas, decidi colocar por aqui. Rolaram festinhas interessantes. A primeira foi a Old school, com os camaradas Bode Velho e Vital. A exigência da festa era apenas rock dos anos 70, 80 e 90. Fugi um pouquinho (bem pouquinho) do script e mandei algumas dos anos 60 também. Acho que continua configurado como old school, né?

1- Rush - Fly by night
2- Creedance Clearwater Revival - Fortunate son
3- Iron Maiden - Wrathchild
4- Metallica - For whom the bell tolls
5- Foo Fighters - This is a call
6- Breeders - Divine hammer
7- Flaming Lips - She don't use jelly
8- Stone Temple Pilots - Big bang baby
9- Weezer - Buddy Holly
10- Korn - Freak on a leash
11- Cake - I will survive
12- Guns n'Roses - Sweet child o'mine
13- Blind Melon - No rain
14- Rolling Stones - Satisfaction
15- Kiss - Rock n'roll all nite
16- Queen - Under pressure
17- AC DC - Highway to hell
18- Judas Priest - Breaking the law

Depois, foi a vez de eu e Túlio, retornando momentâneamente de Jacarta e fazendo aniversário, tocarmos na Play. Sempre é divertido tocar lá, uma das melhores festas da cidade (independente do gênero). Poucos hits, coisas legais, testes interessantes. Vejam (as em negrito fui eu que eu toquei):

1- Foals - Mathletics
2- Dressy Bessy - Small
3- The Like - He's not a boy
4- Metric - On the sly
5- She and Him - Oh boy
6- The Virgins - Radio Christiane
7- Ben Folds - Such greath heights
8- Suede - Metal Mickey
9- Band of Skulls - The devil takes care of his own
10- Voxtrot - Brother in conflict
11- Grouplove - Tongue tied
12- Of Montreal - A sentence of sorts in Kongsvinger
13- The Decemberists - Calamity song
14- Joan Jett - Do you wanna touch
15- Imelda May - Tainted love
16- Ida Maria - Forgive me
17- Blondie - Call me
18- Killers - Change your mind
19- The Vaccines - Noorgard
20- Arcade Fire - Month of may
21- Belle and Sebastian - I want the world to stop
22- The Virgins - Private affair
23- Phoenix - Lasso
24- Two Door Cinema Club - What you know
25- Interpol - Barricade
26- Dirty Pretty Things - Gin & milk
27- Vampire Weekend - Cousins

segunda-feira, 12 de março de 2012

Terror dos bons

American horror story realmente vale a pena ser vista. Pense em algo baseado em Poltergeist com pitadas de Cemitério maldito, A profecia, O bebê de Rosemary e mais uma série de outros clássicos do terror. Tudo isso com a magnífica perfomance de Jessica Lange e de um bom elenco. Apesar de um primeiro episódio confuso, com roteiro atirando para tudo quanto é lado, é bom continuar. Junto com Homeland, são os dois grandes seriados de 2011.

Óbvio que os enredos são completamente diferentes. Enquanto um tem no suspense e terror seu mote, o outro usa a contemporaneidade dos conflitos terroristas como linha de história. No entanto, em comum, roteiros bem construídos e atuações femininas muito boas. Em AHS, Jessica Lange realmente dá um banho como Constance Langdon. Em Homeland, Claire Danes está espetacular como agente da CIA que sofre de transtorno bipolar.

Nestas horas que a gente vê como faz a diferença ter "atores de verdade" numa série com um pouco mais de liberdade. É claro que, na escala de "o céu é o limite" para roteiros, a Showtime, que produz Homeland, está bem à frente do FX, canal onde passa AHS. Já escrevi aqui, porém, que a série tratada como uma versão feminina de 24 horas parece padecer do mal de outros programas: ter um enredo suficientemente bom para apenas uma temporada.

Para quem não viu AHS e pretende assistir, cuidado com spoilers. Achei interessante a ideia dos produtores em não manter a casa assombrada em Los Angeles como cenário da série. Também é uma boa acabar com boa parte dos personagens, mantendo uns poucos dos que se destacaram. Se tem uma coisa que 24 horas ensinou é que quase todos são dispensáveis. Deixa a família para lá, todos morreram e ficaram felizes assim. As intrigas dentro do casarão não atrairiam a atenção de muita gente. Que venha a segunda temporada. E viva o terror!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TV party tonight

Quase todo dia é dia de festa na tv, na verdade. Antes da internet virar o que virou, éramos reféns das boas produções chegarem aos canais abertos e fechados do país. Agora, horas depois de eles serem transmitidos nos EUA, os seriados já estão disponíveis para baixar nos torrents da vida. Aí começa a ler sobre um episódio aqui, outro acolá, quando se vê a pessoa está acompanhando um monte de programas diferentes.

Para um metódico como eu, é claro que haveria uma divisão entre os seriados. Se eu assisto regularmente, é porque eu gosto, mesmo sem entender os motivos. Tipo Rizzoli & Isles, série policial com pitadas de comédia da TNT. Todo episódio eu termino com um dafuq, sem conseguir explicar a mim mesmo porque eu vi aqueles 46 minutos e, ainda por cima, gostei. Como escrevi abaixo, em outras eu chego a fazer um exercício mental para saber se vai dar certo ou não. É o caso de Homeland.

Então, a tal divisão... eu classifico as séries em duas, aquelas para baixar e aquelas para comprar o DVD e assistir depois. A grande maioria está na primeira categoria, que é subdivida em duas. A maior parte dos seriados eu baixo em formato do Real Player, propício para assistir no computador. É o caso da já citada Rizzoli & Isles, e de outras como The closer (cujas primeiras quatro temporadas comprei em DVD) e comédias como Modern family, Parks and recreation e Two and a half men.

Aí tem a outra subcategoria: as que eu baixo em alta resolução, por torrent, para assistir na televisão. Normalmente são séries mais elaboradas, transmitidas nos EUA por canais fechados como Showtime e HBO. É o caso de Dexter, Homeland, True blood e The walking dead. Mais uma se juntou à lista: é a recém lançada Alcatraz, que parece ser interessante.

A segunda categoria é, como já disse, das séries que eu compro o DVD. Antes até fazia isso com mais frequência, mas a demora de os lançamentos chegarem no Brasil irrita, o que acaba te levando a baixar. Mesmo assim, mantive o hábito com algumas séries como House, Bones e Californication. Ainda preciso comprar as últimas de The Big Bang theory e 30 rock. Outras, como The closer e The office eu parei de comprar e comecei a baixar, não teve jeito...

Vamos à lista:

Assistindo no computador:
Body of proof
Hell on wheels
Modern family
New girl
The office
Pan Am
Parks and recreation
Rizzoli & Isles
The closer
Two and a half men
The middle
Unforgettable

Assistindo na televisão:
Alcatraz
Dexter
Homeland
House of lies
Person of interest
The killing
True blood
The walking dead

Comprando os DVDs:
Bones
Californication
House
Mad men
The Big Bang theory
30 rock
Weeds

No total, são 27 séries. Talvez tenha esquecido uma outra, mas o grosso é isso aí. Aí da-lhe metodologia para, além de ver tudo isso, ter tempo para trabalhar, ler e se divertir com outras coisas!

\o/

Este post foi atualizado em 10/02 para mudanças na ordem da lista (Person of interest saiu do Real Player para a televisão) e House of lies entrou para a mesma lista. Mad men, que vi mais episódios, também é outra novidade.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Play it again again again, Sam

A repetição do título é intencional. Afinal, na sexta-feira (27) eu e o Felipe tocamos juntos pela terceira vez na Play. Como das outras vezes, foi muito divertido. Além de ser uma das festas mais legais e duradouras da capital (não só no rock, mas em geral), é uma daquelas que nós dois frequentamos, assim como nossos amigos. Então, não é simplesmente chegar, tocar e ir embora. Não, é se divertir e ter a chance de tocar coisas que nem sempre a Pulp dá espaço para a gente fazer.

Nós abrimos a pista. A foto foi tirada pelo chapa Marcos Pinheiro logo que começamos a tocar. Foi legal poder mandar coisas um pouco diferentes do que o normal e ainda ter a obrigação de formar uma pista para quem assumiria as pick ups depois da gente. Aparentemente deu certo! Ah, antes de mandar a tradicional sequência que fizemos, um muito obrigado ao pessoal da Play por mais um convite! :)

As músicas em negrito foram tocadas por mim, as outras pelo Felipe:

1- The Wavves - I wanna meet Dave Grohl
2- Arcade Fire - The suburbs
3- She & Him - Oh boy!
4- Black Keys - Strange times
5- We Are Scientists - The great scape
6- Wolfmother - Woman
7- Foo Fighters - Rope
8- Supergrass - Grace
9- The Pains of Being Pure at Heart - Heart in your heartbreak
10- Weathus - A little respect
11- Bombay Bicycle Club - Shuffle
12- The Presidents of the USA - Lump
13- Mastodon - Curl of the burl
14- Franz Ferdinand - Come on home
15- The Donnas - Dancing with myself
16- Vitamin C - Last nite
17- Phoenix - Lisztomania
18- Kaiser Chiefs - Everyday I love you less and less
19- Two Door Cinema Club - What you know
20- Gorillaz - Feel good inc
21- Kings of Leon - Sex on fire
22- Arctic Monkeys - Dancing shoes
23- Ida Maria - I like you so much better when you're naked
24- Iggy Pop - Lust for life
25- Gogol Bordello - American wedding
26- Ting Tings - Shut up and let me go

As três últimas músicas na lista nem eram para ter rolado. Mas como houve a necessidade de continuar tocando, fui mandando o que vinha na cabeça!

Este post também foi publicado no blog da Pulp!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Trama de uma temporada


O vício em séries é tão grande que, de uns tempos para cá, eu costumo fazer um exercício mental para tentar advinhar se um programa vai vingar ou não. A partir da trama apresentada no primeiro episódio, gosto de imaginar suas ramificações, o que pode crescer, o que pode ser dispensado. Uma coisa eu descobri: quanto mais geral for o plot, melhor. Se ele couber em uma linha, a probabilidade de a série vingar é grande.

Normalmente, tramas muito elaboradas sofrem para ter continuação. Muitas vezes o que poderia render um ótimo filme ou uma minissérie é alongado para 12, 14, 20 episódios. Depois, os roteristas se viram nos 30 tentando imaginar soluções para uma trama mal concebida. Como alguém, por exemplo, nunca imaginou que Prison break não tinha fôlego para mais de uma temporada decente? (Pô, irmão vai preso para salvar irmão já preso a fugir...)

Outro exemplo foi a célebre Twin Peaks. Quem não lembra da famosa pergunta "quem matou Laura Palmer". Ao fim da primeira temporada, o telespectador já tinha a resposta, assim como o agente do FBI Dale Cooper. Por conta do sucesso, David Lynch e sua turma decidiram produzir uma segunda temporada, com 22 episódios. Era melhor ter ficado com os oito iniciais.

Bom, essa introdução foi necessária por conta da série que acabei de assistir a primeira temporada. Vencedora do Globo de Ouro de melhor série de drama, Homeland é bem interessante. Quase como uma versão feminina de 24 horas. Só que, aqui, a personagem Carrie Mathison (Claire Danes, espetacular no papel) é uma analista de campo, trata com informações, sem ser "operacional" como era Jack Bauer.

O pano de fundo é o mesmo: terrorismo. Enquanto Jack tinha 24 horas para resolver determinada situação - o que sempre acontecia depois de um enorme rastro de sangue ter ficado para trás -, Carrie encuca com um sargento fuzileiro naval que é encontrado após oito anos desaparecido no Iraque. A frase da propaganda entrega: "The nation sees a hero. She sees a threat" (A nação vê um herói, ela vê uma ameaça).

Antes de entrar mais na série, já adianto que vão rolar spoilers aqui. Se não assistiu ainda e não quer saber, vá para outra página. :)

Voltando, desde o começo fiquei com o plot martelando na cabeça. Da frase, pode-se tirar algumas possibilidades. A primeira é a mocinha, depois de muita dificuldade, sangue, suor e lágrimas conseguir comprovar sua tese e desmascarar o agora terrorista. A segunda é o inverso: o convertido é bem sucedido no ataque e a agente da CIA perde tudo. Optou-se por um misto. Apesar de o atentado planejado não funcionar, ele continua na sua missão.

Porém, a personagem de Claire Danes (de novo, sensacional, Globo de Ouro de melhor atriz mais que merecido) tem tantas perdas que fica difícil imaginar uma segunda temporada para ela. Vítima de transtorno bipolar, ela consegue esconder da agência sua condição por um bom tempo, até que uma operação vai mal e ela quase é explodida pelos ares. A partir daí, a carreira dela acaba, ela é internada e decide passar por um tratamento nada banal.

A demissão dela da CIA é irreversível; com o tratamento escolhido, sua memória vai para a cucuia. Enquanto isso, o sargento terrorista pavimenta sua campanha política e sua proximidade com o vice-presidente dos EUA. Por mais que a série tenha me intrigado e mexido comigo 0 gostei mesmo - acho muito difícil que a segunda temporada venha boa. Talvez seja como a já citada Prison break: uma temporada e já esgota.

A partir de outubro, quando estreia a segunda temporada no canal norteamericano Showtime, é que saberemos. Confesso que estou curioso para saber o que os roteiristas vão inventar para o destino de Carrie Mathison.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Bom para você!

A decisão de parar de beber veio da necessidade de perder peso e baixar radicalmente o colesterol, não necessariamente nesta ordem. Precisava ser feito e pronto. O último dia que bebi foi o seguinte ao meu aniversário. Durante a noite de 9 de julho e a madrugada de 10 de julho, segurei e emborquei as últimas gotas de Heineken. Tava decidido, ia parar de beber.

Primeiro, tinha colocado como meta ficar sem beber até a viagem a São Paulo em novembro para a maratona de shows. Mudei de ideia e pus a nova meta a virada do ano. 2011 passou e eu continuo só na água com gás. As primeiras saídas foram difíceis. É ruim ficar sem ter algo para segurar em uma festa, mas o pior é não ter o fator desinibidor que a cerveja propicia.

O mau humor era grande, qualquer coisa irritava. Para compensar, a quantidade de cigarro aumentou demais. Em uma noitada, fumava fácil um maço, um maço e meio. Um absurdo, chegava a ter ressaca de nicotina no dia seguinte. Aos poucos, consegui normalizar a quantidade de cigarro até parar. Estou desde 26 de novembro sem acender um único Marlboro.

Tem sido engraçado (só que não) ver a reação das pessoas quando digo que parei de beber. A reação é sempre de espanto. Já ouvi que sou um alienígena por não beber; disseram que, por estar sóbrio, deixava as pessoas que bebiam desconfortáveis e inibidas. A pergunta mais comum é "quando voltas a beber". Depois de seis meses sem colocar uma única gota de álcool na boca, ouvi pela primeira vez um "que bom para você".

Enquanto todo mundo faz festa porque parei com o cigarro, muita gente se espanta com o fato de ter parado de beber. Sendo pragmático, acabar com a bebida faz muito mais sentido financeiramente do que com o cigarro. Isso por gostar de cervejas de alta fermentação, bem mais caras do que as pilsen encontradas em qualquer birosca.

O que me chateia é a imensa hipocrisia que faz as pessoas condenarem o cigarro e glorificarem a bebida. Dados da ONU apontam que o uso abusivo do álcool resulta, anualmente, em 2,25 milhões de mortes. Quanto ao tabaco, mata 5,1 milhões anualmente. Ok, o cigarro mata mais. Mas será que nessa estatística entram as pessoas mortas no trânsito por conta de um motorista bêbado? Da mulher que apanha todo dia até morrer do marido alcoolatra?

Ninguém vai ver a seguinte manchete: "Motorista que fumou demais atropela mulher grávida no reveillon". Mas com certeza lerá algo similar com álcool. Se não conseguiu entender meu ponto de vista até agora, então, vai lá: eu posso (ênfase no condicional) morrer por conta do cigarro. É o meu corpo, é o meu direito de escolha. Agora, dificilmente o meu vício terá uma repercussão na vida dos outros da forma que o álcool tem.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Periguete??

Tenho preguiça de conversar na balada. Sério, não dá. Eu quero ouvir a música que está rolando, só isso. Não vou a uma festa para colocar o papo em dia. Posso até fazer isso, mas definitivamente não vai acontecer na pista de dança. Só que muitas vezes a gente tem que parar e conversar, ser simpático e tal. Aí acontece um curto diálogo como o de hoje:

Eu: Oi, querida, tudo bem?
Ela: Oi, tudo. Ei, pera aí, do que você me chamou?
Eu: Eu te chamei de querida. Por que, o que tu entendeste? Algo ruim?
Ela: Sim, eu entendi que você me chamou de periguete!

Putz!