sábado, 30 de outubro de 2010

It's the end of Landscape as we know it...

... and I don't feel fine.

Michael Stipe que me perdoe, mas não tinha como não me apropriar de um dos clássicos do REM para começar esse texto. Talvez nem todos saibam. No entanto, quem acompanha a cena alternativa/rock de Brasília não poderá dizer que se sentiu surpreso. O Landscape Pub, o inferninho mais legal de Brasília, vai fechar. Cansados de trabalhar na noite, os donos Fágner e Pedro decidiram largar tudo e buscar novos rumos.

Uma pena, já que Brasília pode ficar órfã de um lugar massa no estilo para festas rock legais. O Landscape tinha sua cara, seu público. Sempre considerei como minha segunda casa. Foi lá que comecei a dar som por aqui, não muito depois de me mudar para a capital do país. Foi lá que o primeiro dono, o grande Bosco, cunhou meu "nome de guerra". O que antes era um apelido dado por um colega de faculdade (Marinácio), virou uma alcunha imponente (Super Mario Bros).

Foi na Landscape que toquei em várias festas legais. E também em algumas roubadas... Mesmo assim, sempre me diverti muito por lá, estivesse tocando ou não. Foram Fágner e Pedro que resolveram apostar na Pulp. E fizemos seis edições lá, todas sensacionais. Afe, como esquecer a especial de carnaval? Junto com a edição de aniversário, a minha favorita. Uma pena que não poderemos nos despedir propriamente. Este é o último fim de semana da casa.

Na esperança de manter a chama das festas alternativas de rock acesa, os chapas Fágner e Pedro colocaram a casa à venda. É só bater um papo, os caras são gente boa. O contato é landscapepub@hotmail.com. Para eles e para quem tiver como comprar o Landscape, for those about to rock, we salute you!

Texto publicado originalmente no blog da Pulp.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

All we need is... love?

A festa rola que é uma beleza. Pista cheia, aquela fumaça misturada de cigarro e gelo seco, pessoas suadas, alegres e dançantes. A música segue uma certa lógica. Aquele rock alternativo de quase sempre, os hits que todos gostam de cantar. A hora, então, com o julgamento mais alterado, já é propícia para tocar algo mais pop. Em lugares mais tolerantes, sim. Pelo que tenho lido e visto, não pode mais nas minhas duas cidades.

Leio em um blog que já não me lembro mais qual é da insatisfação da galerinha alternativa ao ver outras pessoas de diferentes "tribos" (argh, se eu escrever isso de novo, xinguem-me, por favor!) ao começar a frequentar as festinhas do antigo puteiro. A música de repente fica mais acessível. O público diverso. Patricinhas de salto de acrílico e bolsas da Louis Vitton dividem o mesmo espaço com adolescentes lésbicas de óculos quadrados e cabelos cortados por facões. Playboyzinhos de camisa polo e rapazes de bigode e camiseta do Artic Monkeys.

São estereótipos, claro. Mas dá para entender a divisão. Há um choque de culturas. Casais homossexuais reclamam dos olhares tortos que ganham do povo novo na festa. E a galera acostumada às boates mais caras da cidade estranham aquele ambiente de permissividade, aquela alegria toda. Aí, ambos os lados assumem uma postura intransigente. "Não volto mais lá, só tem viado!", diz um. "Não ponho mais meus pés lá enquanto esses heteros homofóbicos forem lá", replica o outro.

Muda de cidade e de situação. No Planalto Central, começa uma campanha para que não sejam mais tocadas músicas de uma determinada cantora pop. Tem uma plaquinha dizendo para ninguém insistir bem na frente das CDJs. Ah, se mesmo assim um desavisado sugerir um hit sequer dela, vai ouvir um dos pioneiros do trash metal no lugar. Ao mesmo tempo, o mesmo povo que boicota a canção quer "ensinar" aos outros o que ouvir.

Um dos gênios da ideia diz a um blog famoso no meio da música alternativa que não é nada contra o pop. Para ele, a cantora em questão não possui qualidade. Com a intenção de provar como ele entende de música, cita outras cantoras pop que costuma tocar. Quando parte para um argumento assim, tão fácil de ser descontruído, é sinal de que tudo que inventou foi por birra. Até arrogância, coloquemos assim. Ele (s) quer (em) ensinar e ditar às pessoas o que elas devem ouvir.

Em comum, nos dois casos, a falta de tolerância. Vivemos em um mundo cada vez mais intolarante, binário, maniqueísta. Isso me cansa. Tenho tido cada vez mais preguiça de seguir nesse ambiente podre. Nem insisto mais em discutir. Não adianta querer convençar com pessoas que acreditam viver num mundo de preto e branco, sem reconhecer as diferentes matizes, as diversas cores e diversos lados que compõem a vida. O pior é ver a intolerância aumentar cada vez num ambiente lúdico, da arte: a música.

É preciso exercitar a tolerância. Por trás de uma postura supostamente homofóbica, pode muito bem existir uma pessoa que repele, inicialmente, aquilo que não conhece. Mas, depois, adapta-se e esquece tudo que pensava no começo. O mesmo caso na música. Com todo acesso facilitado que hoje existe, foi-se o tempo que alguém conhecia uma banda nova na pista. Na maioria, quem sai, quer se divertir. E não ter que aturar mundinho interior de DJs indies.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Upstairs in bed

Dormir de um lado apenas da cama sempre foi um mistério para mim. Poxa, com tanto espaço, desenhado para duas pessoas deitarem, nunca entendi a escolha de não aproveitar tudo. De chegar ao ponto de deixar uma marca no colchão. Obviamente que falo de quando estão sozinhos, claro. Lembro da minha irmã que, depois de se separar, continuava no mesmo lado da cama. Achava isso engraçado.

Hoje, mesmo quando me deparo com a cama vazia, deixo o espaço intocado. Na maioria das vezes né. Às vezes invado e me espalho, pernas e braços abertos ocupando quase tudo. Só que é bem melhor imaginar que ninguém se levantou, lavou o rosto e saiu. O edredon fica do jeito que estava, os travesseiros também. E eu vou fazendo um buraco do meu lado, sem usar mais minhas cobertas, deixando tudo pra ela.

Não troco pelo mundo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mais sequências

Faz tempo que não atualizo esse espaço aqui. O pouco tempo vago que tenho ocupo como twitter. Foda, vício é vício. Toquei em algumas festas nesse período. Então, aqui vão as sequências dessas festas:

Pulp Volume V (24/04/2010)]

Como nas outras quatro, toco no fim da festa, o que dá mais um pouco de liberdade. E sempre tem um povo esperando por coisas mais pop para dançar.

1- Van Halen - Pretty woman (original Roy Orbinson)
2- Pixies - Gigantic
3- The Donnas - Dancing with myself (original Billy Idol)
4- Local H - Toxic (original Britney Spears)
5- Ben Folds - In between days (original The Cure)
6- Michael Sembello - She's a maniac (trilha de Flashdance)
7- Dee Lite - Groove is in the heart (one hit wonder)
8- Outkast - Hey ya
9- MGMT - Time to pretend
10- Ting Tings - Great dj
11- Lady Gaga - Bad romance
12- Kate Perry - Hot'n'cold
13- Madonna - Give it 2 me
14- Abba - Dancing queen
15- Bee Gees - Stayn' alive
16- Bill Medley - (I've had) the time of my life (trilha de Dirty dancing)
17- Michael Jackson - Thriller
18- A-Ha - Take on me
19- Depeche Mode - Enjoy the silence
20- New Order - Bizarre love triangle
21- David Bowie - Rebel rebel
22- B 52's - Private idaho

Rock Converse 8 (08/05)

Nesta, abri a noite. Também tocaram os chapas Bode Velho e Marcos Pinheiro. Tinha pouca gente, então não me importei de testar algumas músicas na pista, já que a platéia se contava em duas mãos...

1- AC/DC - You shook me all night long
2- We Are Scientists - Nobody move, nobody get hurt
3- Foals - Olympic airways
4- Tokyo Police Hotel - Graves
5- Maximo Park - Girls who play guitars
6- Gogol Bordello - American wedding
7- Kings of Leon - My party
8- White Lies - Death
9- Interpol - Obstacle 1
10- She Wants Revenge - Tear you apart
11- Joy Division - Transmission
12- Jane's Addiction - Been caught stealing
13- Pavement - Cut your hair
14- Breeders - Divine hammer
15- Nirvana - Lithium
16- Sonic Youth - 100%
17- Iron Maiden - Wrathchild
18- Metallica - Enter sandman
19- White Stripes - Blue orchid
20- The Strokes - Hard to explain
21- Kaiser Chiefs - Everyday I love you less and less
22- Franz Ferdinand - This fire
23- Killers -Mr. Brightside
24- MGMT - Kids

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mais sequências

Oi, tudo bem? É, sei que ando um pouco distante deste espaço aqui. Mas é por uma causa justa. A cobertura do panetonegate não tem deixado um tempinho sequer livre pra mim. Mas, nesse meio tempo, deu para tocar em umas festinhas, descansar alguns fins de semana e aproveitar um pouco da vida aí fora. Como tradicional neste blog, aqui vão duas sequências que toquei em festinhas recentes, ambas na Landscape. Aqui vão elas:

Rock converse - 14/01

1- Ting Tings - Shut up and let me go
2- Black Kids - Look at me (when I rock wichoo)
3- CSS - Move
4- Katy Perry - I kissed a girl
5- Mika - Grace Kelly
6- Britney Spears - Toxic
7- Justin Timberlake - Sexyback
8- Madonna - Hung up
9- Ramones x M.I.A. - Sri Lanka high (mash up)
10- The Rapture - Houe of jeaulous lovers
11- Peter, Bjorn and John - Young folks
12- Cake - I will survive
13- Franz Ferdinand - Ulysses
14- Vampire Weekend - A-punk
15- The Dandy Warhols - Bohemien like you
16- Yeah Yeah Yeahs - Date with the night

Pulp Volume IV - 14/02 (especial one hit wonder)

1- Los Hermanos - Quem sabe
2- A-Ha - Take on me *
3- Dee Lite - Groove is in the heart *
4- Breeders - Cannonball *
5- Cake - I will survive
6- House of Pain - Jump around *
7- Elastica - Connection *
8- Billy Idol - Dancing with myself
9- Violent Femmes - Blisters in the sun *
10- The Trashmen - Surfin' bird *
11- Ramones - I wanna be sedated
12- Michael Jackson - Thriller
13- Soft Cell - Tainted love *
14- Bill Medley - (I've had) the time of my life *
15- George Michael - Freedom
16- She Wants Revenge - Tear you apart
17- Hot Chip - Ready to the floor
18- MGMT - Kids
19- Ting Tings - Great dj
20- Lady Gaga - Bad romance
21- Katy Perry - I kissed a girl
22- Britney Spears - Toxic
23- Ben Folds - The bitch went nuts
24- Electric Six - Radio gaga

As músicas com * foram consideradas, em algum momento, one hit wonder. Por isso que elas entraram nessa sequência.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Metal

Correria de fim de ano sempre complica as coisas. E acaba me deixando com falta de tempo (preguiça) para escrever mais que os 140 toques necessários no Twitter. Tanto que nem coloquei a minha sequência na Pulp Volume III, que rolou há exato um mês. Foi uma festa que começamos muito motivados, depois a chuva jogou a gente pra baixo. Mas, no final, o resultado foi totalmente excelente, superando a segunda edição da nossa festa. Como sempre, muito rock'n'roll e cinema para todos os amigos, conhecidos e desconhecidos que foram até o Landscape na primeira sexta-feira de dezembro.

Como nas outras duas vezes, preferi encerrar a festa. Peguei uma pista com pouca gente e deixei com uma meia dúzia a mais de gatos pingados. Nunca toquei uma sequencia tão pesada. Não ao menos que eu lembre... Isso porque quem me antecedeu, Mr White Martins, também tinha tocado umas músicas mais porrada na orelha (com bem dizia o Gastão da MTV). E, novamente, deixei boa parte do tempo as músicas do ano 2000 dentro das caixinhas, poucas deram o ar da graça. Rolou de tudo dentro do rock, o que foi bem divertido. Até 5h30 tinha aqueles que não queriam que a festa terminasse. Isso é sempre legal. Vejam o que toquei e se concordam!

1- Metallica - Enter sandman
2- Motorhead - Ace of spades
3- Black Sabbath - Paranoid
4- The Trashmen - Surfin' bird
5- Van Halen - You really got me
6- Nine Inch Nails - Closer
7- Iron Maiden - The number of the beast
8- Sepultura - Roots bloody roots
9- Lemonheads - Mrs Robinson
10- Sonic Youth - 100%
11- Black Keys - Strange times
12- Teenage Funclub - Like a virgin
13- Interpol - PDA
14- Joy Division - Transmission
15- Depeche Mode - Enjoy the silence
16- New Order - Bizarre love triangle
17- The Smiths - Panic
18- Erasure - Little respect
19- Cake - I will survive
20- Electric six - Radio gaga
21- Chico Science - Todos estão surdos
22- Los Hermanos - A flor
23- Wander Wildner - Lugar do caralho
24- De Falla - Melô da popozuda
25- George Michael - Freedom
26- Los del Río - Macarena